MFPC CEARÁ - IN MEMORIAM
PADRE JOÃO MENDES DE ANDRADE
Ao mundo: 07 de outubro de 1930
A Deus: 21 de abril de 1990.
"Uma vida de fé, doação, exemplo de amor, dedicada ao trabalho do irmão!"
PADRE JONAS BARROS
Ao mundo: 08 de maio
A Deus: 25 de abril
"Personalidade integra, de exemplos marcantes e inconfundíveis, voltados para a indústria do conhecimento e da cultura. Grande fundador do MPC Ceará"
Padre Lauro Nogueira Sá Mota
Ao mundo: 31 de maio de 1939
A Deus: 28 de abril de 2008
"Sua vida foi a expressão profunda dos Sacramentos que recebeu. Foi juntamente com outros companheiro o condutor, o criador, o idealizador, a cabeça-mestre que impulsionava o MPC-Ceará"
Pe. José Jacques Moura
Ordenou-se sacerdote no dia 7 de novembro de 1948, de inicio foi nomeado vigário da cidade de Cariré, pertencente a diocese de Sobral, permaneceu da paróquia de Cariré até o ano de 1951.
Chegou à cidade de Independência, no dia 6 de janeiro de 1952, cidade que iria mudar seu destino e sua vida, ao chegar ao município já encontrou um desafio árduo e um sofrimento inclemente. Foi capelão do Instituto Bom Pastor (1972 / 1973). Vigário da paróquia Senhor do Bonfim (1973 / 1974). Após dezoito anos de serviços religiosos na pastoral de Independência, mudou-se para a cidade de Fortaleza. No dia 7 de fevereiro de 1975 solicitou ao Bispo e obteve a dispensa das obrigações sagradas ordens. Casou-se no dia 6 de junho de 1975 com o Srª Antonia Gesseny de Brito tiveram dois filhos: Jacques e Bergson PE. ALBERTO NEPOMUCENO DE OLIVEIRA - UM EXEMPLO DE VIDA CRISTÃ!Alberto Nepomuceno de Oliveira nasceu em Pacatuba, Ceará, no ano de 1921. Cursou filosofia e teologia no velho e célebre Seminário da Prainha, em Fortaleza, ambiente então , notadamente marcado, por uma cultura, diga-se de passagem, "europeizada", visto que ali residiam , na condição de professores, alguns padres franceses, membros da Congregação da Missão, ou Padres Lazaristas, sociedade de vida apostólica fundada, em 1625, por São Vicente de Paulo.
No dia 6 de março de 1955, Alberto chega a Piquet Carneiro, a fim de suceder ao Pe. Antônio Pinheiro Freire, no cargo de Vigário da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, nomeado, que fora, por Dom Antônio de Almeida Lustosa, na época arcebispo de Fortaleza. De próprio punho, Pe. Alberto assim se refere à sua vinda para nossa terra, e , por conseguinte, às impressões colhidas do seu primeiro contato com a paróquia local. Uma verdadeira relíquia do nosso passado religioso, que vale a pena ser aqui registrada. Veja-se: "Tomei posse da Paróquia de Piquet Carneiro, a 6 de março de 1955. Encontrei uma paróquia bem organizada, em todos os pontos, graças ao trabalho apostólico do primeiro vigário. Bem florescentes, as associações religiosas, na sede e nas capelas. Encontrei um povo bom e vontadoso, disposto a colaborar em todas as iniciativas do vigário. O povo tem bom espírito. A piedade em Piquet Carneiro (na matriz) é boa. Quase que a totalidade dos fiéis assisti à missa aos domingos. (...) Encontrei, também, boa piedade nas capelas, máxime em São Bernardo (ndr: hoje, Irapuan Pinheiro). Em Mulungu, encontrei um surto de protestantes, presbiterianos; em Ibicuã, igualmente, uns seis. (...) As primeiras sextas-feiras, na matriz, são concorridas, havendo muitas comunhões. A devoção dominante é ao Sagrado Coração de Jesus. O Apostolado da Oração, muito florescente. Os Vicentinos realizam um belo e organizado serviço de caridade. O Círculo Operário presta aos sócios uma louvável assistência, graças à dedicação e ao zelo da diretoria, que tem, à sua frente, liderando os movimentos, o sr. João Marques da Silva (seu Joca). Piquet Carneiro tem um Círculo Operário!." (Cf. Livro do Tombo - Paróquia de Piquet Carneiro - pág. 13 - Tomo I).
Na mesma fonte, isto é, o Livro do Tombo, encontramos um resumo, ano após ano, deixado pelo Pe. Alberto Oliveira, de seus feitos à frente da Paróquia de Piquet Carneiro. Resumo este, não apenas sob o ponto de vista do religioso, mas também em relação a aspectos de natureza político-social.
Também nas páginas do Tombo, não passou despercebida, da parte do cronista Alberto Oliveira, a crueldade com que a seca de 1958 açoitou nossos sertões. 1955: "Em 1955, tive um ano normal. Houve inverno. Um novenário muito concorrido, por ocasião das solenidades do Padroeiro (ndr: Sagrado Coração de Jesus!). Dividi as páscoas em quatro classes: as crianças, as moças, as mulheres e os homens. Cada classe teve o seu retiro e o seu pregador próprio. Isto, na sede. Foi feita a desobriga, em vários dias, em cada uma das capelas, tendo sempre o vigário muito trabalho de confissões, exceto em Mulungu, cujo povo se desloca procurando, de preferência, desobrigar-se na matriz, por causa, talvez, da ajuda de um confessor extraordinário, e por ser muito perto da sede." 1956: "O ano de 1956 foi semelhante ao anterior no movimento paroquial. Houve um grande inverno e uma safra de algodão surpreendente. A ajuda que os paroquianos deram aos trabalhos paroquiais foi magnífica e com a ajuda do povo muito se pôde fazer." 1957: "Durante o ano de 1957, obedeci o mesmo programa de páscoas, de desobrigas, de festas religiosas. Da parte dos fiéis, as mesmas intenções e resultado. Durante o mês de dezembro, recebemos a visita dos missionários lazaristas que estiveram em Ibicuã, São Bernardo e na Matriz. Missões em 1957: Em Ibicuã, de 3 a 9 de dezembro: 2.391 comunhões; Em São Bernardo: de 10 a 17 de dezembro: 3.658 comunhões. Em Piquet Carneiro: de 18 a 24 de dezembro: 2.674 comunhões. Estas MISSÕES foram realizadas pelos revmos. padres João Alberto, Teodoro e André, todos lazaristas." 1958: "1958 fica na retentiva dos homens de Piquet pelo flagelo da seca com que martirizou estes sertões. Um ano difícil, de sofrimento, de nenhuma safra, de carência absoluta de gêneros, de muita fome, de debandadas, retiradas em massa para o extremo-norte ou o extremo-sul. A jovem cidade (Nr. P. Carneiro passou à cidade em 11 de agosto de 1957) despovoou-se a olhos vistos. As autoridades competentes, com um certo atraso, ofereceram trabalhos públicos: rodovias e ramal ferroviário para assistir aos pobres flagelados. O flagelo da seca, no território desta paróquia, comportava uma página. Eu digo tudo, dizendo que a seca de 58, em Piquet Carneiro, foi uma calamidade pública." Pe. Alberto Oliveira concluiu os trabalhos de reforma e ampliação da matriz, com as construções, respectivamente, da TORRE, em 1956, e do ALTAR-MOR, solenemente consagrado em 27 de outubro de 1957.
A aquisição de um relógio para a torre de nossa igreja é outra realização de seu pastoral governo.
Numa época em que a comunicação em Piquet Carneiro limitava-se, basicamente , ao telégrafo da estação ferroviária, Pe. Alberto mantinha, na casa paroquial , um rádio amador, instrumento que lhe permitia estreitar contato com diversas pessoas.VIDA ACADEMICISTA E CARGOS EXERCIDOS NA VIDA PÚBLICA: Alberto Oliveira é Licenciado em Pedagogia, Direito e Filosofia. Fez pós-graduação na Itália, e mestrado na França. Foi diretor de dois colégios do estado e membro do Conselho Estadual de Educação. Por concurso público, tornou-se professor do Liceu e da Universidade Estadual do Ceará. Ocupou as funções de Presidente da FUNABEM, secção do Ceará, e da Fundação Educacional de Fortaleza. Membro da OAB e da ACI. Pertenceu à Assessoria Especial da Governadoria e à Procuradoria Judicial do município de Fortaleza. LIVROS PUBLICADOS: Juventude, Crise e Educação; Droga - Perigo Nacional; Ressonâncias - poesias; Organizar para servir; Sociologia da Comunicação Social; Educação Permanente; Pedaços de uma vida (autobiografia); A Cigana Disse (romance - em preparo); Israel, Sua História e Seu Povo; Páginas que ficaram (crônicas de suas andanças pelo sertão). Em fins da década de 1960, Pe. Alberto solicitou ao Vaticano dispensa do ministério sacerdotal. Hoje, casado, com Edna M. Barbosa de Oliveira, teve três filhos: Alberto Filho, André e David. Formou uma família cristã onde reinava sempre o amor e o respeito entre seus membros e com o próximo. Foi um dos Padres fundadores do Movimento da Família dos Padres Casados do Ceará, do qual participou com muito amor e ardor durante muitos anos. Residiu em Fortaleza até o dia 05 de outubro de 2012 data do seu falecimento. O seu sepultamento se deu na sua cidade natal Pacatuba no dia 06 de outubro de 2012.
Fontes: MFPC CEARÁ E Texto do Prof. Osmar Lucena Filho que teve como FONTES DE CONSULTA: Livro de Tombo da Paróquia de Piquet Carneiro - TOMO 1, de 1948-2006; "Israel: Sua História e Seu Povo", livro de autoria de Alberto Nepomuceno de Oliveira. Imprensa Oficial do Ceará - IOCE, 1989. No tocante ao "rádio-amador", depoimento que me foi prestado por meu pai, Osmar Pereira de Lucena, colaborador do vigário em pauta.
Padre PauloCABRAL DA ROCHA
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