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Não é bom que o homem esteja sozinho!
Não é bom que o homem esteja sozinho!

Não é bom que o homem esteja sozinho (pesquisa com padres casados)

Em abril de 2002, Ultimato enviou um questionário a 1.290 padres casados do Brasil. Até o fechamento desta edição, recebemos 90 respostas (7%). Graças a essa bondosa acolhida, tivemos muita coisa para ler e examinar e fizemos preciosas amizades.
O padre casado mais idoso tem 87 anos e o mais jovem, 46. A idade média é de 67 anos.
Dois deles foram ordenados aos 18 anos. O que se ordenou em idade mais avançada tinha 45. A idade média da ordenação é de 29 anos.
Apenas três deixaram o sacerdócio antes de completar 30 anos. Antes de completar 40 anos, 34 já haviam renunciado o ministério. A idade média da renúncia sacerdotal é de 40 anos.
A idade média ao contrair matrimônio é um pouco mais alta: 42 anos. Isso significa que nem todos casaram-se na mesma época da renúncia. Apenas 32 sacerdotes deixaram a batina e casaram-se no mesmo no. No ano seguinte à renúncia, foram 30 padres. Exceto um, os demais gastaram de 2 a 7 anos para contrair matrimônio. A única exceção é de um sacerdote que, à semelhança de Jacó, demorou 14 anos para se casar.
O matrimônio desses padres casados mostra-se estável. Sessenta e nove deles (77%) vivem com as esposas com as quais se casaram depois da desobrigação do sacerdócio. Cinco estão em segundas núpcias, não se sabe se por morte do cônjuge ou por separação. Apenas dois estão separados de suas esposas. Pelo menos 11 não tiveram filhos. Os demais têm, no total, 177 filhos e 48 netos (221 brasileiros a mais nascidos dentro dos laços matrimoniais, graças à quebra da disciplina do celibato). Um deles tem seis filhos.
Quase todos os padres casados entrevistados fizeram outros cursos superiores depois de se afastarem do ministério ativo. Hoje são professores universitários (a maioria), advogados, psicólogos, tradutores e jornalistas. Quase ninguém se afastou da área das ciências humanas. Um deles é massagista.
Com referência aos escândalos envolvendo o clero católico romano no Brasil e no mundo, os padres casados sondados pela revista Ultimato admitem que eles realmente existem (85% das respostas) e sempre existiram (73%). Acham que é bom que os escândalos venham à tona para que os aspirantes ao ministério considerem seriamente a questão antes de abraçar o sacerdócio (73%), para que os sacerdotes busquem mais a Deus em suas devoções particulares (53%), para que os fiéis pressionem a igreja a revogar o celibato obrigatório (64%) e para que a ela reconsidere a lei do celibato (77%). Apenas seis dos entrevistados conhecem o livro Um Espinho na Carne, do padre Gino Nasini, que analisa o problema da má conduta do clero brasileiro.
Com referência ao celibato clerical, os padres casados declaram que essa obrigação não foi imposta por Jesus nem pelos apóstolos (89%), que é uma imposição cruel (51%) e que deve ser extinta (78%). Um deles acrescentou o advérbio gradualmente. O fato de ter uma esposa e filhos não atrapalha o exercício do sacerdócio (83%). Acreditam também que é mais fácil manter uma vida casta no matrimônio do que no celibato (63%). Uns poucos entendem que o celibato deve ser obrigatório apenas para a hierarquia (5%) ou para o clero religioso (4%).
Dos 90 padres casados, 81 continuam católicos (90%). Quase todos fazem questão de dizer que são bem católicos. Um deles escreveu, “Católico, graças a Deus”. Outro, “Católico, com alegria e fidelidade”.

 

FONTE: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/277/nao-e-bom-que-o-homem-esteja-sozinho-pesquisa-com-padres-casados